1 de dezembro de 2008

Conferência 2008 | Mercado da comunicaçao age como Igrega Católica

Depois do Tiago Pinto falar sobre Nike como um exemplo a ser seguido de marca que sabe dialogar com o consumidor, foi a vez do Marcelo Coutinho, Diretor de Análise do Ibope Inteligência, subir ao palco e provocar a platéia aqui no WTC Convention Center, na Conferência 2008 do Grupo de Planejamento. Segundo ele, a maior parte do mercado de comunicação hoje está agindo exatamente como a Igreja Católica nos tempos em que detinha o monopólio sobre o conhecimento - anunciantes e agências tentam manter o poder sobre suas marcas sendo controladores dos meios e das mensagens. Só que a realidade mudou. Estudo publicado em 2007 pela Edelman, maior agencia de RP do mundo, diz que as fontes mais respeitadas pelos jovens americanos de 24 a 35 anos sao as revistas de negócios  (62%) seguidas pela Wikipédia (55%). A propaganda ficou em ultimo lugar, com 22%.

Boa parte do sucesso do Barak Obama deve-se ao fato de ter percebido isso e ter se colocado nas mãos do consumidor. Entre outras iniciativas, quem se cadastrava no site do político era levado à página mybarackobama.com onde você era estimulado a interagir (por exemplo, montar sua página) e a se manifestar (por exemplo, postar e encaminhar mensagens) em troca de pontos que podiam ser convertidos em camisetas ou entradas para as convenções do partido. E isso é só um pequeno exemplo. As marcas que querem sobreviver a este novo presente (não se pode dizer mais que o mundo digital é o futuro!), precisam deixar de atuar como "comandantes em chefe" e apostarem na construção de um capital social com o qual o consumidor irá querer interagir em troca de satisfação emocional, operacional e/ou financeira. Ainda tem pouca gente fazendo isso bem feito. Resta saber quais serão as marcas que realmente terão coragem de inovar por convicção e deixar a segurança de repetir as velhas fórmulas.

 

Texto de Patricia Marinho, BlueBus

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