21 de março de 2009

Internet democratiza as comunicações

Diretor de comunicação da IESE Business School explica, em entrevista, as mudanças ocorridas a partir das evoluções das tecnologias e o impacto causado nas estratégias das empresas. Leia na íntegra.

Em entrevista especial para o portal HSM Online, Ignacio Bel — diretor de Comunicação da IESE Business School em Madri desde 1986, doutor em ciências da informação pela universidade de Navarra e professor titular da faculdade de comunicações da universidade Complutense de Madri — fala sobre a importância das comunicações na empresa e das oportunidades abertas pelas novas tecnologias.


Se tivesse que convencer o responsável por uma empresa familiar da importância da comunicação, quais seriam os seus argumentos?

No meu ponto de vista, não existem grandes diferenças na hora de argumentar sobre as vantagens de uma política de comunicação, seja a empresa familiar ou não. Os argumentos neste campo são iguais para todos os tipos de empresas. Talvez as diferenças venham mais do tamanho da empresa do que de seus vínculos familiares.

Partindo deste ponto, os argumentos que apresentaria são basicamente três, logicamente dentro do caráter resumido que me foi solicitado:

- Não se pode dar valor ao que não se conhece. É totalmente necessário que se dê a conhecer o que fazemos, o que produzimos, os serviços que oferecemos. Só assim o público poderá dar-lhe valor e compará-lo, para posteriormente adquiri-lo. O que não se conhece, muito ou pouco, não pode ser avaliado e, em conseqüência, comprado.

- O melhor sistema para pôr em prática uma política de comunicações, apresentada de acordo com os diversos públicos aos quais nos queremos dirigir, é desenvolver uma política de comunicação adequada, com relação à quantidade e à qualidade, com os meios de comunicação social, clássicos ou novos. É por meio deles que chegamos a nossos públicos. Isso não é fácil. É preciso saber fazer, exige profissionalização.

- Em terceiro lugar, existe uma simples razão de competição. Nossos competidores certamente usam a comunicação como ferramenta de criação de valor. Se não fizermos o mesmo, ficaremos em uma situação de clara desvantagem competitiva. Temos que fazer o mesmo e fazê-lo melhor que os nossos competidores.


A comunicação tem um papel essencial em todas as empresas, em nível interno e externo. Acha que essa importância varia de alguma forma em uma empresa familiar?

Acho sinceramente que não. O fato de ser uma empresa familiar não exclui a existência de uma cabeça de comando, da qual devem surgir as ações pessoais de comunicação interna. Talvez, para mencionar alguma característica especial a levar em conta, essa política de comunicação interna, que deve surgir do vértice da organização, terá de dar atenção especial ao núcleo familiar de comando, de maneira tal que as iniciativas nesse campo sejam as mais compartilhadas possíveis.


Diz-se que as novas tecnologias democratizam a visibilidade, que agora está ao alcance de todas as empresas, por menores que sejam. Quais são as novas oportunidades de comunicação trazidas pela internet para as empresas?
É certo que a internet permitiu, ou eu diria que está permitindo, pois o processo não está de nenhuma forma encerrado, a democratização da comunicação no mundo da empresa, no sentido de que com orçamentos pequenos e pessoal mínimo podem ser estabelecidas ações de comunicação de grande valor. Pensemos no desenvolvimento de uma busca por página na web, como sistema de comunicação externa, ou de uma simples intranet como elemento de comunicação interna, as possibilidades dos blogs etc..

Por este prisma, as possibilidades do futuro estão centralizadas em saber desenvolver essas tecnologias de maneira eficaz, viva, sugestiva, para que a relação entre público e empresa seja a melhor possível. No entanto, entendo que hoje uma boa política de comunicação em qualquer organização, inclusive as familiares, deve ser o fruto de uma sábia combinação entre novas tecnologias e sistemas tradicionais de comunicação. A máquina, neste sentido, deve ajudar, e ajuda, a pessoa, mas o contato humano sempre será necessário.

 

Fonte: HSM Online

 

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